O maior amor do mundo !

Dizem que ser mãe é padecer no paraíso. Não sei exatamente o que isso significa porque ainda não tenho filhos. Mas de uma coisa eu sei: não deve ser nada fácil essa tarefa. Mãe tem que educar, proteger, dar bronca, carinho, atenção... Sem contar o malabarismo de tentar fazer tudo isso na dose certa, porque toda mulher quer um filho bom, saudável, honesto e bem educado, por favor!

Quando eu era 'maais jovenzinha ( meus 14.15 anos), achava uma chatice essa história de ter que ligar para os pais, avisando onde eu estava, a que horas iria chegar... Também precisava dizer, antes mesmo de ir pra balada, com quem voltaria pra casa. Para mim, isso não fazia a menor diferença. Mas, para a minha mãe, sim. Eu obedecia as regras meio a contragosto, como todo mundo que sonha com "liberdade".

Mas sempre optei por não mentir. Achei que se entrasse numa roubada, tipo ser assaltada, eles não teriam como me ajudar se eu não estivesse onde havia dito que estaria, por exemplo. E imagina a bronca monstro que viria depois, né?

Pois bem. Acabei me acostumando a dar esses relatórios no fim de semana. Assim, ela não me proibia de sair e ainda ficava mais tranqüila. Com o tempo, avisar minha mãe sobre o meu paradeiro se tornou algo automático e sem crise.Eu saquei que tudo não passava de preocupação com o meu bem-estar. O mundo é tão maluco que ela realmente tinha razões para encanar. Não era encheção de saco. Era amor.

Claro que, às vezes, ela exagerava.

Quem não tem uma mãe que exagera de vez em quando, levante a mão agora! Mas dá pra entender. Ela não ficava comigo na balada (imagina o mico?) e devia pensar que eu não saberia me defender dos contratempos, se um menino mais assanhadinho ou uma garota barraqueira cruzassem o meu caminho, sei lá.

Hoje eu entendo esse amor. Afinal, ela esteve ao meu lado nos primeiros passos, me dava papel e giz de cera pra estimular minha criatividade (eu só desenhava com o rosa, não era muito criativa!), esteve presente quando consegui ler pela primeira vez, ouvia pacientemente eu contar as histórias da escola. Lia minhas redações e dava ótimos palpites (mãe jornalista, fazer o quê?), deixava que eu e o meu urso dormíssemos em sua cama quando a gente tinha pesadelos. Também me dava bronca quando eu era malcriada ou interrompia a conversa dos adultos. Pois é, ela também se preocupava em me ensinar essas coisas!

Sabe, alguns anos se passaram e hoje, quase adulta , continuo aprendendo muito com ela . Vou aprender pra sempre. Como disse, ainda não sei se ser mãe é padecer no paraíso. Mas ter a nossa por perto, seja fisicamente, seja apenas no coração, é tudo de bom. reclame menos dela e do seu amor incondicional. Trate-a com carinho sempre, do jeito que você gostaria de ser tratada pela sua filha. Afinal, ela lhe deu a vida e muito amor. E pra minha mãe, só tenho três palavrinhas e um ponto de exclamação: "eu te amo!".